“Não sobra nada pra investir…”
“Eu não entendo muito sobre investimentos, não sei o que fazer…”
“Daqui 3 meses eu vou começar a investir”
Essas são algumas das frases mais comuns quando eu pergunto para a maioria das pessoas o que elas ainda não investem.
E claro, elas são desculpas reais. Provavelmente eu passei muito tempo pensando e falando as mesmas coisas.
E a conversa aqui é bem mais simples do que parece. E muito mais prática do que teórica.
É verdade que durante a nossa vida, salvo raras exceções, não somos educados a cuidar bem da nossa saúde financeira. Mas, apesar disso, o que não faltam são exemplos de pessoas (de todas as classes, condições e lugares) que conseguiram consolidar seu hábito de investir e passaram a ter novas possibilidades na vida.
Afinal de contas, é para isso que investir serve em última instância: criar possibilidades.
- Trabalhar onde e com quem você gosta de trabalhar
- Fazer as coisas que mais gosta com mais frequência
- Tirar a pressão de trabalhar por dinheiro e pra pagar contas
Mas agora, o que quero compartilhar aqui é como criar o hábito de investir mudou meu ponto de vista sobre o mundo.
#1 – Você não fica pão duro, mas fica seletivo.
Quando comecei a jogar o jogo de investir, ao ver cada valorização dos investimentos que fiz, eu me motivava a consolidar esse crescimento. É bem verdade que no início é difícil pelos anos que carregamos de imediatismo. Isso em alguns momentos me deixou até ansioso.
Entretanto, ao longo dos meses, você começa a se perguntar em todas as decisões de compra se realmente vale a pena ser feita. E tudo bem se você quiser comprar coisas que gosta. Investir não é um martírio. O erro é se complicar e assumir compromissos que, no momento atual, são difíceis de honrar.
Eu costumo ser generoso com os meus gastos quando o assunto é viagem. Gosto de participar de eventos de negócios e marketing, gosto de viajar sozinho, com amigos, com minha filha…
Entretanto, eu odeio pagar cada centavo de taxa bancária. Não gosto de pagar um conta de telefone além do que o necessário.
Tenho dois exemplos práticos do que eu realmente fiz depois dessa mudança:
- Abri conta na Nubank e no Banco Inter (bancos sem taxas) e abandonei os R$ 69 mensais (ou R$ 828 anuais) do Santander Van Gogh
- Troquei meu plano da Vivo de R$ 99 por um plano que me atendia tão bem quanto o anterior, que agora custa R$ 54,90. Agora economizo esses R$ 44,10 mensais (ou R$ 529 anuais) e consigo aumentar meus aportes ou menos usar essa grana com coisas que realmente gosto.
#2 – Você começa a julgar seus amigos, familiares ou pessoas conhecidas que não investem
Isso é perigoso. Não é bom ou ruim por si só, mas vale a pena tomar cuidado com isso. Como seres humanos somos seres sociais. Eu e você temos várias pessoas importantes em nossa vida. Muitas delas não irão seguir pelo caminho de construir seu próprio patrimônio e nem conversar sobre assuntos relacionados à dinheiro.
isso nos causa uma sensação desconfortável. Esse desconforto é proporcional ao seu amor ou admiração em relação a cada um.
Afinal de contas, sempre que você encontra algo bom para a sua vida, quer trazer isso (ou tornar disponível) para pessoas que você gosta. Sempre.
Pensa em um filme que te empolga muito. Assim que ele acaba, você abre o seu grupo de WhatsApp e recomenda.
Ou você vai em um restaurante que vale a pena. Quer falar pra quem você gosta o quanto é bom.
Depois que você começa a investir, é isso que acontece. Você começa a querer falar sobre investimentos com pessoas que não tem tanto contato com esse aprendizado. A intensão é nobre, mas isso pode ser um ponto de desgaste.
O que eu sugiro aqui é lembrar que cabe a você assumir a responsabilidade pelos seus investimentos. E não assumir a culpa ou a responsabilidade pelas decisões de outras pessoas. Afinal, isso não cabe a você.
Algumas pessoas vão se interessar, querer saber mais, aprofundar…Mas outras simplesmente vão ignorar ou fingir que estão interessadas mas não farão nada a respeito.
O melhor jeito de influenciar algumas pessoas é pelo exemplo. Eu continuo fazendo a minha parte, assumindo as minhas responsabilidades e fazendo o que precisa ser feito. Isso tem uma “força invisível” que puxa outras pessoas a começar.
E no meu caso tenho muita sorte de ter amigos pra compartilhar sobre investimentos. Toda última terça feira do mês nós nos reunimos pra conversar sobre o que estamos fazendo e pretendendo fazer. Discutir alguns dos pilares mais importantes sobre os aprendizados. E todos vulneráveis para aprender com os erros e acertos de cada um.
#3 – Você entende que não precisa ser um gênio e que é mais importante começar do que saber demais
Por muito tempo eu achei que era complicado investir.
Há um consenso entre os investidores que é um arrependimento universal: não ter começado antes!
Eu faço parte desse time. Gostaria de ter começado antes, porque o fator tempo é um dos mais importantes na construção de riqueza.
Por muito tempo esse medo do desconhecido me paralisou: corretora, LCI, LCA, Ações, tesouro…Isso parecia distante da minha realidade e complexo demais até tomar a decisão de aprender.
E eu não podia estar mais enganado. A simplicidade da coisa é incrível. Principalmente hoje em dia que podemos fazer tudo pelo celular, de qualquer lugar do mundo que tenha internet.
Hoje eu levo poucas horas por mês pra investir. Leio relatórios de algumas casas de análises, faço meu aporte uma vez por mês e volto ao trabalho (que na minha opinião é a verdadeira fonte de riqueza).
E se você ainda tem alguma dificuldade ou se sente perdido, quero que pense em uma coisa importante>
(No momento estou escrevendo este artigo no aeroporto de Viracopos em Campinas esperando meu vôo para BH e estava lendo no kindle o livro “I Will Teach You Be Rich do Ramit Seith e vou pegar uma frase dele emprestada)
85% é sobre começar. Você não precisa saber quase nada além do que você sabe hoje para começar.
Depois, você começa a dar os próximos passos. Só não deixa pra depois, porque isso pode custar sua tranquilidade e a tranquilidade da sua família no futuro. E talvez, daqui alguns anos, você vai querer ter começado hoje.